Após a reportagem da revista Veja sobre acusações de extorsão e pedido de propinas na CPI das Bets, a relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), classificou as alegações como "fofocas" e "claro movimento orquestrado para desviar o foco" da comissão, além de "descredibilizar" o trabalho da relatoria.
"Diante da graves denúncias, procurei o diretor-geral da Polícia Federal me colocando inteiramente à disposição, autorizando inclusive a quebra dos meus sigilos fiscais, bancários e telemáticos. Pedi também a realização de uma acareação entre os citados. Peço que os parlamentares citados façam o mesmo. Afinal, quem não deve, não teme, e nem treme. Essas fofocas são, sem dúvida, um claro movimento orquestrado para desviar o foco e enfraquecer o trabalho desta CPI", afirmou a senadora durante a reunião do colegiado nesta terça-feira, 17 de dezembro, informou a Agência Senado.
Ela ainda acrescentou que vai buscar identificar os acusadores para que eles respondam por tentativa de obstrução da investigação da CPI, denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Caso
Segundo a Veja, após um bate-boca do início de dezembro com Thronicke, o senador Ciro Nogueira, também membro da CPI das Bets, teria procurado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para informá-lo sobre algo “muito grave” que estaria se passando nos bastidores da comissão.
Ciro teria informado à Polícia Federal que o lobista Silvio de Assis, figura conhecida em Brasília, pediu R$ 40 milhões a um empresário do setor de apostas para evitar seu "constrangimento" de ser convocado pela CPI.
Ele não acusou Thronicke diretamente de envolvimento, mas segundo a reportagem "lembrou que a relatora da comissão, a quem cabe coordenar e supervisionar a investigação, não só conhece como mantém uma relação de proximidade com o lobista que teria tentado extorquir o empresário".
Resposta
Em repostas à Veja, a senadora afirma que seu nome está sendo usado por um parlamentar ‒ que ela não quis identificar ‒ para o achaque a empresários. Ela garantiu que também encaminhou a denúncia à Polícia Federal.
Thronicke disse que ouviu um áudio enviado a um empresário convocado para depor em que um senador pedia R$ 100 milhões para "resolver o assunto com a Soraya".