CCO da Aposta Ganha

Hugo Baungartner: "Concorrência desleal com sites ilegais é uma grande preocupação para a Aposta Ganha"

23-12-2024
Tempo de leitura 3:18 min

A partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil viverá uma nova fase na indústria de jogos e apostas online com a entrada em vigor de todo o marco regulatório instituído pela lei 14.790/2023 e pelas portarias publicadas pelo Ministério da Fazenda.

Em meio à expectativa para esse momento, o CCO da Aposta Ganha, Hugo Baungartner, concedeu uma entrevista exclusiva ao Yogonet em que avaliou a regulamentação das bets e a atuação da empresa.

Confira a seguir:

Da última vez que conversamos, em março de 2024, durante o SBC Summit Rio, você disse que o "texto final da regulamentação atende 85% do que o mercado precisa". De lá para cá, tivemos a publicação das portarias e algumas mudanças. Você diria que essa porcentagem aumentou ou diminuiu nesse período? A legislação atual contempla as necessidades do mercado e da construção de um ambiente de jogo responsável no país?

Sim. Houve um aprimoramento substancial na regulamentação desde então, com avanços tanto nos aspectos técnicos quanto nas diretrizes de jogo responsável. Além disso, foram esclarecidas dúvidas e resolvidas lacunas no texto original. A regulamentação atual pode ser considerada em torno de 89% concluída, com um progresso significativo.

É importante destacar que o mercado brasileiro se caracteriza por um nível de regulação robusto, que não é comum em todos os mercados, sendo um dos mais rigorosos no setor.

A Aposta Ganha é uma das bets que anunciou ter tido o seu pedido de licença federal aprovado. Quais as expectativas de vocês para 2025, ano que marcará uma nova fase para as casas de apostas no Brasil? Vocês têm planos de expansão no país?

Estamos prontos para 2025. A solicitação foi aprovada, mas ainda falta a fase final, que envolve o pagamento da outorga e a complementação de documentos. A oferta inicial de provedores será limitada, com alguns serviços fora do padrão devido a atrasos nas certificações, especialmente em relação ao "branded report", exigido para cada operador. Isso resultará em uma oferta menor nos primeiros 90 a 120 dias, mas é um processo natural de adaptação do mercado regulado.

Sobre planos de expansão, o que podemos dizer é que, neste momento, estamos focados na conquista da licença federal definitiva [a entrevista foi concedida na primeira quinzena de dezembro, antes da fase final e da divulgação de quem obteve a licença].  

Por mais que o governo tenha solicitado o bloqueio das bets ilegais, ainda vemos operadores irregulares atuando. A questão da concorrência desleal com quem está na clandestinidade preocupa a Aposta Ganha? Que medidas você acredita que poderiam ser tomadas para o país ter um combate mais efetivo a esse problema, sendo que a própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconheceu dificuldades para cessar as atividades dos sites ilegais?

A concorrência desleal com sites ilegais é uma grande preocupação para a Aposta Ganha, pois esses operadores não pagam impostos nem contribuem para a economia do país. Embora o trabalho da Anatel seja desafiador, acreditamos que uma medida mais eficaz seria o monitoramento e bloqueio das transações via PIX.

Com o Banco Central tendo controle sobre os provedores de PIX, seria possível identificar e bloquear aqueles que estão envolvidos com sites ilegais, o que diminuiria significativamente o mercado clandestino. A cooperação entre a Secretaria de Prêmios e Apostas e o Banco Central seria essencial para um combate mais efetivo.

Você pode falar um pouco sobre como está a operação da Aposta Ganha no México, um mercado que você conhece muito bem por ter vivido lá por cerca de dez anos? A empresa tem planos de entrar em mais países da América Latina?

A operação da Aposta Ganha no México tem apresentado crescimento nos últimos meses e passará por uma mudança significativa no primeiro trimestre de 2025, com a migração para plataforma própria. Isso trará maior flexibilidade e agilidade à operação, impulsionando um crescimento mais acelerado no mercado mexicano.

Quanto à expansão para outros países da América Latina, temos planos, mas apenas para 2026.

Em relação aos eventos do setor, vocês já têm uma definição sobre quais feiras estarão presentes no Brasil e no exterior para 2025?

Já temos algumas feiras pré-definidas para 2025. Estaremos em Barcelona em janeiro [na ICE], na SBC no Rio em fevereiro, na SiGMA São Paulo em abril, na SBC Lisboa em setembro, na G2E em Las Vegas em outubro e na SiGMA Milão em novembro.

Caso queira acrescentar algo que não foi perguntado, fique à vontade.

Como Grupo Aposta Ganha, estamos comprometidos com o momento de transformação do setor de apostas no Brasil e acreditamos que a regulamentação é fundamental para o crescimento sustentável e responsável deste mercado. Estamos preparados para atuar em 2025, contribuindo para um ambiente mais seguro e transparente, em conformidade com as exigências regulatórias, e focados em oferecer um serviço de qualidade para os nossos usuários.

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