Magnho José: “Haverá uma retração do volume de apostas nos próximos meses devido à introdução de regras”

O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL) e editor do site BNLData, Magnho José, criticou a afirmação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de que, em 2024, o varejo teria “perdido” cerca de R$ 100 bilhões para as apostas online.

O número faz referência ao montante que os consumidores teriam deixado de gastar em compras do comércio para usar nas bets. Na visão de Magnho, a análise “é totalmente equivocada e leviana em vários aspectos”.

“Para ‘sequestrar’ R$ 100 bilhões do consumo de produtos do varejo, os apostadores brasileiros teriam que perder mensalmente cerca de R$ 8,3 bilhões ou R$ 276 mil diariamente ao longo de 2024. Estes valores são incompatíveis com a realidade do mercado. A estimativa do setor é que o turnover de 2024 tenha ficado em torno de R$ 150 bilhões e o GGR na faixa dos R$ 15 bilhões”, apontou Magnho, em artigo publicado no BNLData.

Ele questionou também a afirmação de que as pessoas devem gastar ainda mais com as apostas após a regulamentação do mercado, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025. “Pelo contrário, haverá uma retração do volume de apostas nos próximos meses devido à introdução de regras. O mais importante é combater os sites ilegais para proteger os apostadores dos efeitos nocivos do jogo não regulado”, declarou.

Magnho reforçou ainda um posicionamento que já havia manifestado em outras ocasiões: análises e estudos publicados até então sobre o mercado devem ser tratados como “especulativos”. Isso porque, em sua visão, apenas agora, com a regulamentação, será possível ter acesso a dados oficiais e embasados sobre o setor.

“Essas análises produzidas por entidades de classe têm o claro objetivo de demonizar o setor e idiotizar os apostadores já que não citam os valores que voltam para os usuários e os fundos dos apostadores que ficam depositados em suas contas nas plataformas de apostas”, argumentou.