Em artigo de opinião publicado na Folha de S. Paulo, o senador Dr. Hiran (PP-RR) questiona a atuação atual das casas de apostas no Brasil, afirmando que elas “chegaram de maneira avassaladora” ao país e “tornaram-se quase onipresentes em eventos esportivos, no patrocínio de celebridades ou influencers com poderosos perfis na internet”.
O parlamentar, que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado, reconhece que as apostas online geram empregos e contribuem para a arrecadação de impostos. No entanto, Dr. Hiran mostra preocupação com os impactos da atividade na população, como o endividamento e o jogo compulsivo.
“Se não debruçarmos sobre o assunto e buscarmos uma solução negociada urgente – seja por regras de publicidade ou restrições às empresas que lucram a partir de uma atividade insidiosa – o preço que a sociedade vai pagar será alto e irreversível”, opina.
Apesar do tom crítico que adota no artigo, Dr. Hiran admite que proibir as bets não é uma opção viável. “A simples proibição não será uma medida eficaz. Vai gerar um mercado ilegal e poderoso – sabemos que o poder público não tem recolhido impostos desde que a aposta esportiva chegou ao Brasil. É preciso implantar alternativas”, argumenta.
“Talvez, com relação às bets, será imperioso fazermos um movimento semelhante ao que ocorreu com o tabaco e, mais tarde, com a bebida alcoólica. Regular a publicidade do setor, principalmente em relação aos jogos que não tenham relação com atividades esportivas. A situação atual é insustentável. Se nada for feito, o risco é imenso, sobretudo para quem tem menos renda e é diariamente iludido e enganado”, finaliza no artigo publicado na Folha de S. Paulo.
A CPI das Bets está atualmente em recesso parlamentar, juntamente com o Congresso. Em fevereiro, as atividades serão retomadas, sendo que há 114 pedidos, incluindo solicitação de convocação de testemunhas para depoimentos, aguardando análise da comissão.