Mais uma vez, a relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou sofrer pressão para encerrar os trabalhos do colegiado, informa a Agência Senado.
Ela disse que isso não atrapalhará as investigações, e que conta com o apoio do novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
"Temos uma agenda para administrar porque já temos mais de 300 requerimentos aprovados, entre requerimentos de informações e oitivas. Então precisamos tratar da agenda agora. E o compromisso do senador Davi foi de apoiar a nossa CPI. Isso é de extrema importância no momento em que a gente percebe uma intenção de alguns simplesmente acabarem com a CPI", afirmou.
Em dezembro, diante de denúncias de uma reportagem da revista Veja sobre acusações de extorsão e pedido de propinas na CPI das Bets, a senadora classificou as alegações como "fofocas" e "claro movimento orquestrado para desviar o foco" da comissão, além de "descredibilizar" o trabalho da relatoria.
Em janeiro, ela revelou, sem citar nomes, que três parlamentares já tentaram que ela desista de convocar o cantor sertanejo Gusttavo Lima a prestar depoimento na CPI.
O presidente da Comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), deverá convocar uma nova reunião para o dia 18 deste mês, quando os trabalhos serão retomados.
Desde sua instalação, no dia 12 de novembro, a CPI das Bets já realizou seis reuniões para votação de requerimentos e oitivas de convidados ou convocados, entre eles, o Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, e empresários do setor. Os senadores deverão votar nos próximos dias outros 114 pedidos de informações e convocações.
Investigação
Thronicke também afirmou que já recebeu mais de 90 documentos solicitados à Polícia Federal, e avalia que não será necessário pedir uma prorrogação de prazo da CPI, que encerra no dia 30 de abril.
"A CPI é muito complexa e investiga vários veios desta ação criminosa. Não é que é uma ação criminosa a questão dos jogos eletrônicos, o que nós desejamos é regulamentá-los porque não temos condições de coibi-los. Porém, nós precisamos investigar a evasão de divisas, a lavagem de dinheiro, o crime organizado e o que eles fazem neste meio. Mas vamos trabalhar com afinco para não estender o tempo", disse a parlamentar.