Diante da notícia de que o C6 Bank está bloqueando pagamentos de apostas de usuários com a conta em vermelho, a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) emitiu um novo posicionamento chamando a atenção para o que considera como “caráter seletivo dos bancos”.
“O que traz preocupação é que é algo direcionado para um mercado que tem autorização do Ministério da Fazenda para funcionar, é fiscalizado, paga seus impostos e tem crescido em representatividade na economia do país”, afirmou Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL, em comunicado oficial encaminhado ao Yogonet.
Jorge explicou que a associação não apoia que uma pessoa endividada faça apostas. No entanto, não vê coerência com o fato de que o bloqueio da conta seja aplicado apenas a esse setor.
“O sistema bancário tem atuado contra o mercado regulado de jogos, que exerce uma atividade reconhecida pela legislação e com potencial para gerar R$ 20 bilhões em tributos para o país por ano”, afirma.
Anteriormente, a ANJL já havia se posicionado no caso envolvendo o Nubank, que passou a emitir um alerta para o cliente no momento em que este tentava fazer um Pix para uma casa de apostas. A mensagem, que traz a frase “Que tal guardar esse dinheiro?”, tenta dissuadir a pessoa de apostar.
O Bradesco também seguiu o mesmo caminho e passou a exibir um aviso semelhante para os seus clientes, despertando, novamente, reação contrária da ANJL.
“O comportamento do Bradesco, assim como o do Nubank, mostra um tratamento desigual a um setor legítimo da economia do país. [...] Além disso, a receita dos impostos das bets é aplicada em setores como educação, esportes e segurança pública, de acordo com percentuais definidos pelas legislações vigentes”, disse a ANJL, em uma nota anterior.