O governo de Mato Grosso do Sul suspendeu a licitação para exploração de sua loteria estadual, a Lotesul, que estava prevista para a segunda-feira, 17 de março. A decisão veio após questionamentos sobre a transparência do processo, cujo pregão atraiu três concorrentes e foi interrompido em menos de três minutos para atender a um pedido de esclarecimento feito no dia 15 de março.
Segundo reportagem do Correio do Estado, a medida foi tomada por conta da "necessidade de assegurar a transparência do processo licitatório, bem como evitar futuros questionamentos sobre eventuais restrições indevidas à ampla concorrência", teria escrito a pessoa responsável pelo pregão. Agora, uma nova data será definida pela Secretaria de Administração.
A disputa chamou atenção pelo potencial financeiro: a empresa vencedora pode faturar até R$ 1,4 bilhão ao ano, podendo atingir R$ 2 bilhões caso o PIB estadual cresça conforme projeções. O governo estadual terá direito a pelo menos 16,17% da receita bruta, o que pode gerar repasses de até R$ 430 milhões anuais.
Antes da suspensão, o edital recebeu dois pedidos de impugnação, sendo um do empresário Jamil Name Filho, preso em Mossoró (RN), e outro da empresa Criativa Technology. Ambos foram rejeitados pela Secretaria de Fazenda, que negou qualquer direcionamento no certame. A Criativa Technology, no entanto, levou a contestação ao Tribunal de Contas do Estado, que ainda não se manifestou sobre o caso.