Nesta terça-feira, 18 de março, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets ouviu Adélia de Jesus Soares, advogada da influenciadora Deolane Bezerra e dona da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda, sobre seu indiciamento pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Ela é investigada por falsidade ideológica e associação criminosa relacionada a jogos de azar, mas optou por não responder parte das perguntas, justificando que estaria protegida pelo sigilo profissional e pela confidencialidade da investigação. Segundo Adélia, sua atuação se restringia à assinatura de contratos publicitários com influenciadores e empresas diversas.
A atitude desgradou os legisladores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou a postura da advogada, afirmando que ela desperdiçou a chance de provar sua inocência. "O que a senhora pode dizer para afastar qualquer envolvimento? Porque, pelo que temos, a Payflow está, sim, envolvida. Para mim, quem não fala, consente. A CPI existe para dar espaço a quem quer esclarecer os fatos, mas, claramente, não houve essa colaboração", declarou.
Dado que parte das questões envolviam transações financeiras sigilosas, a comissão realizou uma reunião fechada com a convocada, que participou remotamente. No entanto, segundo o presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), as respostas foram insuficientes.
Como resultado, ficou decidido que Adélia será chamada novamente, desta vez presencialmente, dentro de duas semanas. "Ela se recusou a esclarecer pontos importantes, alegando sigilo profissional. Sua relação com influenciadores, empresários chineses e algumas empresas permanece obscura", afirmou o senador.
Além disso, a CPI aprovou um convite ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para discutir a capacidade de rastreamento e análise dos fluxos financeiros relacionados às plataformas de apostas. A data da reunião ainda será definida.