Brasil deve integrar rede internacional contra manipulação de apostas esportivas

Após o aval dos ministérios do Esporte, da Fazenda e da Justiça e Segurança Pública, o Brasil está próximo de assinar a Convenção de Macolin, o único tratado internacional focado no combate à manipulação de resultados esportivos. A expectativa é que a adesão seja concluída ainda neste semestre, informou reportagem da Veja.

O próximo passo depende do Itamaraty, que será responsável por conduzir os trâmites burocráticos junto ao Conselho da Europa. Segundo a Veja, a adesão é considerada uma "ação estratégica" nos bastidores do governo, já que crimes de manipulação de resultados frequentemente envolvem apostas realizadas em diversos países, muito além da sede original dos eventos esportivos.

Ao fazer parte da rede internacional, o Brasil poderá integrar um fluxo global de informações, permitindo a emissão de alertas sobre suspeitas de manipulação. Isso também dará suporte a ações de fiscalização e investigação mais eficazes em cooperação com outros países signatários.

A Convenção de Macolin, que entrou em vigor em 2019, já conta com quase cinquenta países entre signatários e ratificantes. Entre eles, estão França, Grécia, Islândia, Itália, Lituânia, Noruega, Portugal, República da Moldávia, Suíça e Ucrânia. Outros 32 estados europeus, além de Austrália e Marrocos, também assinaram o tratado.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já se posicionou anteriormente sobre o tema e defendeu que Brasil entre na convenção internacional contra a manipulação de resultados.

"Trabalhamos para colocar a CBF na liderança global de combate à manipulação de resultados.  É muito importante a adesão do Brasil a essa convenção. É um passo fundamental para a formulação de uma estratégia nacional robusta e integrada de combate à manipulação de resultados”, declarou o diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, em abril de 2024.