ENTREVISTA COM O HEAD DE NEGÓCIOS DA CASA DE APOSTAS

Anderson Nunes: "Casa de Apostas ajudou a construir uma indústria gigantesca e é só o começo"

16-04-2025
Tempo de leitura 5:20 min

No começo do mês de abril, o BiS SiGMA Americas 2025, em São Paulo (SP), reuniu um público de 17,5 mil pessoas ligadas ao setor de iGaming para três dias de conferências, discussões e networking. Entre os presentes, estava Anderson Nunes, head de negócios da Casa de Apostas, plataforma licenciada pelo Ministério da Fazenda.

O executivo concedeu uma entrevista exclusiva ao Yogonet durante o evento, abordando temas como o combate ao jogo ilegal, o mercado regulado e as transformações no setor. Na conversa, Nunes exaltou a trajetória da Casa de Apostas e disse que a empresa sempre buscou o pioneirismo.

"Em 2019, fomos a plataforma que mais patrocinou clubes dentro do futebol brasileiro. Na Série A, tínhamos quatro clubes e um na Série B. Fizemos campanhas de engajamento junto com os clubes em vários momentos", destacou.

Confira abaixo:

Operadores de casas de apostas têm manifestado preocupação com o jogo ilegal. Isso foi falado no SBC Summit Rio e aqui no BiS SiGMA Americas. Esse tema também é uma preocupação para vocês, no sentido de perder apostador para esse mercado que está na ilegalidade?

Com certeza. A Casa de Apostas faz coro a essa preocupação, porque nós estamos construindo o mercado regulado na busca de diálogo e de colaboração com o governo, com entidades, com a sociedade como um todo. E você tem pessoas que não estão dentro desse rito, que estão atuando fora das regras. É uma coisa que precisa mitigar cada vez mais. 

Tem três pilares fundamentais nessa questão. O primeiro é a não publicidade para essas empresas. Isso já vem acontecendo de uma maneira muito forte. Existem alguns gaps, mas a gente sabe que isso vai ser corrigido. O segundo ponto é o domínio. E aí uma atenção especial a todos os leitores: para ser legal, você tem que ter o domínio “.bet.br”. Se não tem isso, o cliente não está se relacionando com uma casa legal e está correndo sérios riscos.

O terceiro ponto é a questão da operação financeira ser transacionada através de mecanismos do Banco Central. A gente sabe que, com o advento do Pix, nós tivemos um avanço muito positivo na nossa indústria e na sociedade em geral. A proibição de operações via Banco Central também faz com que se tenha uma redução dessas empresas irregulares. 

É fundamental que os clientes busquem se relacionar com marcas reguladas. Uma série de grandes marcas estão trabalhando na construção dessa indústria. O cliente tem uma uma gama muito grande de opções que, com certeza, vão ajudá-lo a se entreter no nosso segmento.

De acordo com o seu LinkedIn, você está na Casa de Apostas desde 2020. Nesse período de aproximadamente cinco anos, além da regulamentação, quais transformações você viu no mercado de apostas?

Tem alguns pontos que a gente pode destacar. O advento do Pix foi uma coisa que revolucionou. A entrada dos crash games também trouxe um outro patamar para nossa indústria

Acredito que o primeiro movimento de patrocínios a clubes de futebol foi algo que iniciou a popularização das marcas e da atividade aqui no Brasil ‒ e nós fizemos parte disso.

Por fim, os novos entrantes: a partir da regulamentação, você tem grandes grupos estrangeiros vindo para o Brasil, fazendo fusões, aquisições ou operando de maneira solo, o que é muito bem-vindo para que a nossa indústria seja cada vez mais fortalecida. 

Quando eu cheguei na Casa de Apostas, a operação era muito menor do que é hoje. Recentemente, fizemos um evento interno e ficamos emocionados em ver um auditório lotado de funcionários, de alguns fornecedores, de amigos da indústria. Aquilo emocionou bastante. Ali entendemos o quão grande somos e como a gente ajudou a construir uma indústria gigantesca e que é só o começo.



Queria uma opinião pessoal sua agora, sobre um assunto que está em pauta: o Bolsa Família. O governo está discutindo proibir os beneficiários do Bolsa Família de apostar. Qual é a sua visão sobre isso?

A opinião do Anderson é a seguinte: tem uma questão de você mexer na vida pessoal do cidadão, de ele não ter o direito de fazer aquilo que ele bem entende com o seu provento. Porém, também entendo que, por ser fruto de um programa social, isso tem um objetivo muito específico: prover a subsistência e dar uma ajuda para que a pessoa saia de uma situação de fragilização.

Eu pessoalmente acredito que é natural, salutar e importante que se faça isso, porque o que precisamos ter é uma busca pela melhoria na economia. Nesse quesito, entendo que faz todo o sentido. O governo tem uma boa iniciativa ao fazer a proibição

Estamos falando em entretenimento e existem outras prioridades na vida dessas pessoas que estão fragilizadas. A partir do momento que elas saiam dessa fragilização e que consigam começar a desenvolver o seu sustento de uma maneira própria, aí sim, serão muito bem-vindas à nossa indústria.

A Casa de Apostas tem uma parceria com a Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC). Você poderia dar mais detalhes da política de jogo responsável adotada pela plataforma?

O próprio governo traz, no bojo da regulamentação, a necessidade dos operadores falarem sobre o jogo responsável. Nós somos favoráveis a essa posição. Temos uma parceria muito forte e muito importante com a EBAC, que traz o selo COMPULSAFE e cuida dos clientes que estão em situação de adicto, de estar desenvolvendo ludopatia. A gente faz o acolhimento e, a partir daí, a EBAC toca esse trabalho. 

É muito importante ter pessoas técnicas que entendam dessa necessidade das pessoas que estão ali na posição de compulsão, que, na verdade, é um comportamento inerente ao ser humano. 

Existe a compulsão pelo jogo, assim como existe por outras indústrias, como tabaco, como bebida alcoólica, a compulsão por compras. 

As pessoas que entendem que estão nessa situação têm, através do nosso site, a possibilidade de buscar ajuda. É muito importante que tenhamos jogadores sadios e que entendam que a relação conosco é uma relação para entretenimento e diversão.

Tenho certeza que, da nossa parte, sempre estaremos abertos e dispostos a tratar e trazer essas medidas para nossa plataforma e, por consequência, para os clientes.

Caso queira acrescentar algo que não foi perguntado, fique à vontade.

A Casa de Apostas faz aniversário no mês de abril e sempre fizemos os movimentos pioneiros no mercado. Nós fomos uma das primeiras empresas a patrocinar clubes de futebol.

Em 2019, nós fomos a plataforma que mais patrocinou clubes dentro do futebol brasileiro. Na Série A, tínhamos quatro clubes e um clube na Série B. Fizemos campanhas de engajamento junto com os clubes em vários momentos.

Nós fizemos essas movimentações e nos aliamos ao Instituto Lado a Lado pela Vida. Criamos [uma campanha para] o Novembro Azul, um movimento muito interessante para nós e também para o próprio instituto que dá apoio a pessoas em situação de doenças crônicas.

Durante dois anos, fomos parceiros da Ação da Cidadania, trabalhando na questão do Natal sem Fome e fomentando o voluntariado, não apenas a doação de alimentos, mas também estimulando que as pessoas se tornassem voluntárias nesse projeto, que é muito grande e muito importante para a nossa sociedade.


Casa de Apostas Arena Fonte Nova

Mais recentemente, fizemos um movimento de aquisição de direitos sobre o nome de dois estádios da Copa do Mundo. Arena Fonte Nova e Arena das Dunas passaram a se chamar Casa de Apostas Arena Fonte Nova e Casa de Apostas Arena das Dunas ‒ para nos aproximarmos do grupo que busca shows e o showbiz como um todo, a fim de que a gente pudesse expandir da seara esportiva à área do entretenimento como um todo.

Nós temos uma jornada longa de participar da construção da nossa indústria, dos entendimentos do que seria importante para um mercado regulado. Temos muito orgulho da nossa história.

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