O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), Fernando Vieira, fez um balanço dos mais de 100 dias de mercado regulado e apontou o jogo ilegal como “a grande ameaça” que o setor enfrenta atualmente.
Como afirmou Vieira em entrevista ao Times Brasil, as plataformas ilegais “acabam entrando no mercado e expondo não só os operadores autorizados, mas também o apostador à falta de proteção, à fraude e a todo tipo de mecanismo indesejável”.
“É muito difícil você conter essa proliferação [de bets ilegais]. O governo tem trabalhado e derrubou recentemente coisa de 12 mil sites. Um outro aspecto que é importante e acreditamos que é uma fonte até mais eficaz de combate ao mercado ilegal é o combate através do estrangulamento da transação financeira, porque atrás de cada aposta existe uma transação”, acrescentou.
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Na conversa, o presidente executivo do IBJR também discutiu a questão do Bolsa Família. Em novembro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo tomasse medidas para impedir que beneficiários de programas sociais apostassem em bets.
A União, no início, alegou dificuldades técnicas para implementar a medida, mas o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, deu uma declaração recente sinalizando que o governo está alinhando a forma como a proibição será feita.
“Nós do IBJR apoiamos [a proibição]. Não faria sentido nenhum uma pessoa utilizar recursos provenientes de benefícios sociais, que são, em tese, para cumprir necessidades básicas, e esses recursos serem direcionados para apostas. Tem uma reserva para se divertir e é maior de idade? Você pode apostar. Se não, não é recomendado”, declarou Vieira ao Times Brasil.