Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets solicitaram a prorrogação do prazo final dos trabalhos, originalmente previsto para 30 de abril. O pedido foi feito durante reunião de líderes com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), informa a TV Senado.
Na visão dos parlamentares, os avanços da investigação foram prejudicados por atrasos decorrentes de habeas corpus concedidos a depoentes, sigilo em contratos de publicidade e interrupções devido ao recesso parlamentar e feriados prolongados.
Criada em novembro de 2024, a CPI apura a influência das apostas online sobre o orçamento das famílias brasileiras, além de investigar possíveis ligações do setor com organizações criminosas e o uso de influenciadores digitais na promoção de plataformas de jogos.
Um dos casos que geraram impasse foi o da influenciadora digital Deolane Bezerra, que não compareceu para depor à CPI no dia 10 de abril, após receber habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão causou forte reação entre os senadores da comissão.
A preocupação com a atuação do STF foi comentada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que vê risco no enfraquecimento do poder investigativo das CPIs.
"O ministro então definiu, dando a ela a possibilidade de vir ou não. A gente entrou com recurso, porque se manter essas posições do Supremo, vamos acabar com CPI, porque CPI não terá mais nenhum resultado. Todo mundo vai exatamente alegar a mesma coisa. E a gente acaba destruindo um instrumento fundamental do Congresso de investigação, que são as CPIs", declarou.
"Nós temos um prazo exíguo para a vigência dessa CPI. Nós estamos conversando com o presidente Davi para ele compensar o recesso, o tempo que nós perdemos no recesso, em alguns feriados prolongados, para que nós possamos também avançar um pouco e chegarmos aí, a um relatório que seja um relatório de interesse da sociedade no final", afirmou o senador Dr. Hiran (PP-PR), presidente da CPI.